Você acha que o Enem é uma forma eficiente de avaliação?

Pesquisar este blog

terça-feira, 11 de maio de 2010

Trabalho literário para o 2º bimestre

Obras e autores da Segunda geração modernista brasileira
Trabalho literário para o segundo bimestre/10.
Profª Mari Oliveira
Poesia
Carlos Drummond de Andrade (A Rosa do Povo) _ Observar as fases do autor;
Vinicius de Moraes ( Observar a importância do poeta na música.);
Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência);
Prosa
Graciliano Ramos:
 São Bernardo;
 Vidas Secas.

Erico Veríssimo:
 Olhai os lírios do Campo;
 Clarissa;
 O tempo e o vento;
 Incidente em Antares.

Jorge Amado:
 Gabriela, cravo e canela;
 Dona Flor e seus dois maridos;
 Teresa Batista cansada de guerra;
 Capitães de Areia;
 Tieta do Agreste.

Raquel de Queirós:
 O Quinze.

José Lins do Rego:
 Menino de Engenho;
 Fogo morto
Roteiro para a realização do trabalho:
Breve biografia do autor (enfatizar aqui também o estilo de escrever do autor e suas características.);
Tempo e espaço;
Narrador;
Personagens: deverão ser descritos de forma aprofundada os principais e superficialmente, os secundários;
Enredo;
Linguagem;
Construir mural com os cartazes produzidos para cada assunto proposto e inserir imagens.
Providenciar gincana;
O trabalho será avaliado da seguinte forma: 2,0 para a apresentação e 1,0 para o mural.
A nota da apresentação é individual e a nota do mural é coletiva.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Cativar é criar laços

Tema: “CATIVAR É CRIAR LAÇOS”
Foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu o principezinho, com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
- Estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita ...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste ...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah, desculpa, disse o princepizinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, tem fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo aos teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo ...
Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outro passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo.
A gente só conhece bem as coisas que cativou...
...Se tu queres um amigo, cativa-me!
Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
O Pequeno Príncipe. Saint-Exupéry
VIVÊNCIA DA PALAVRA:
Um relacionamento significativo é único em todo o mundo; nenhum outro é igual. Ele cresce a partir das peculiaridades e diferenças das pessoas envolvidas.
As pessoas em um relacionamento como no livro "O Pequeno Príncipe" , cativam uma a outra.
1) O que é cativar?

2) Em seu dia a dia você já vivenciou a experiência de cativar e ser cativado?

3) Você concorda que quem encontrou um verdadeiro amigo encontrou um tesuro?

4) Você sabe ser amigo?
5) Que outras mensagens os textos refletidos sugerem?

Relação de livros para o vestibular 2011

RELAÇÃO DAS OBRAS LITERÁRIAS DE LEITURA OBRIGATÓRIA PARA OS PROCESSOS SELETIVOS DA UEG
PS 2011/1 e PS 2011/2


1. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias
2. ANDRADE, Oswald de. O rei da vela
3. ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas
4. CARNEIRO, Flávio. Passe de letra
5. NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida Severina
6. ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias



RELAÇÃO DAS OBRAS LITERÁRIAS INDICADAS PARA OS PROCESSOS SELETIVOS 2011-1 E 2011-2


1. BRITO, Ronaldo Correia de. Livro dos homens
2. DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama
3. GALERA, Daniel. Mãos de cavalo
4. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias
5. ALENCAR, José de. O demônio familiar
6. ARAÚJO, Luís. Minigrafias

A Banca de Língua Portuguesa da UFG utilizará, na elaboração das provas para os Processos Seletivos, a publicação mais recente dos livros das editoras indicadas.

terça-feira, 9 de março de 2010

Dicas para se fazer uma boa dissertação

DICAS PARA SE FAZER UMA BOA DISSERTAÇÃO.
________________________________________
CONCEITO
Dissertar é expor idéias, é apresentar juízos, é argumentar, assumindo ou não uma posição em relação a um assunto.
1. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA - É aquela que apresenta uma abordagem crítica sobre determinado assunto. É a defesa do ponto de vista de quem escreve.
2. DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA - É aquela que aborda uma verdade indiscutível. É a exposição de idéias sem tomar uma posição sobre elas. Tem apenas a intenção de informar.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO.
INTRODUÇÃO: É a apresentação do assunto a ser desenvolvido; É a tese, a idéia inicial, sem muitas explicações.
DESENVOLVIMENTO: É a elaboração discursiva da INTRODUÇÃO. É a justificativa da idéia inicial, com a apresentação de mais detalhes, exemplos, citações, etc.
CONCLUSÃO: É a síntese do DESENVOLVIMENTO. Retomada da idéia inicial, com a apresentação de um resumo do que foi exposto ou argumentado no DESENVOLVIMENTO.
CUIDADOS PRELIMINARES.
1. Ler atentamente o tema, procurando entender perfeitamente o que é pedido, e se o valor das palavras que compõem o tema é conotativo ou denotativo;
2. Conhecer o tema a ser desenvolvido. Nesse sentido, a leitura permanente de bons livros, jornais e revistas é fundamental;
3. Delimitar o assunto. Partindo de um tema aberto, amplo, procurar restringi-lo a um de seus aspectos, tornando-o assim um tema fechado, restrito.
Exemplo:
ASSUNTO = "Carnaval" = tema aberto, amplo, abrangente; "A Nudez no Carnaval" = tema fechado, específico, delimitado.
4. Refletir sobre o tema. Procurando analisar o ponto de vista assumido, sua forma e suas variantes;
5. Planejar a elaboração de cada etapa da estrutura dissertativa (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO);
6. Fazer um esboço, um rascunho inicial, no qual geralmente são feitas diversas alterações antes de se redigir o texto final;
7. Procurar redigir sempre na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda, na 1ª do plural para tornar o texto mais impessoal, evitando, dessa forma, expressões do tipo "na minha opinião...", "eu penso que...", "eu acho que...", etc.;
8. Procurar desenvolver uma habilidade e um estilo de expressão próprios;
9. Manter sempre objetividade e clareza na abordagem do tema;
10. Escolher, logo de início, um título bem adequado que servirá de guia, de orientação para o perfeito desenvolvimento do assunto a ser abordado. O título, na realidade, deve ser a síntese do assunto proposto pelo tema.

NOÇÕES DE DISSERTAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA.
DISSERTAÇÃO OBJETIVA - É a apresentação do assunto de maneira impessoal, caracterizada pela linguagem denotativa. Texto onde prepondera a razão.
DISSERTAÇÃO SUBJETIVA - É a apresentação do assunto de maneira introspectiva, provocando a emoção do leitor e caracterizada pela linguagem conotativa.

CORREÇÃO DO TEXTO.
Principais cuidados que devem ser tomados ao término da dissertação:
1. ADEQUAÇÃO: Verificar se o texto está adequado ao tema e à modalidade propostos;
2. COERÊNCIA: Observar se houve um começo, meio e fim coerentes e sequenciais, de acordo com a tese defendida;
3. CLAREZA: Entendimento perfeito das idéias expostas, sem a presença de ambiguidades. Para isso, tomar cuidado com a parte gramatical;
4. COESÃO: Organização lógica das frases, dos parágrafos e do texto como um todo.
________________________________________
MODELO SIMPLIFICADO DE UMA REDAÇÃO DISSERTATIVA.

ASSUNTO: Opinião. TEMA (DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO): Direito de expor sua opinião. Existe ou não este direito?
TÍTULO: UMA NECESSIDADE HUMANA.
INTRODUÇÃO: Apresentação da tese com seus argumentos.
ARGUMENTOS PARA SER DESENVOLVIDOS: - Necessidade de expor suas idéias, ou seja, é inerente ao ser humano a condição de dizer o que pensa;
- Superação do interlocutor, ou seja, numa discussão, é a tentativa de convencer a pessoa com quem se dialoga de que você está certo;
Exemplo de Introdução:
"Como todo ser humano, emitimos nossas opiniões, sendo ou não solicitados, uma vez que a necessidade de expor nossas idéias é uma constante, além de nos sentirmos com a sensação de que sobrepujamos eventuais interlocutores."
Exemplo de Desenvolvimento:
"Percebermo-nos capazes de abordar qualquer assunto, independente da convicção que tenhamos sobre ele, alimenta-nos o ego, resgatando a própria imperfeição humana. Reconhecermo-nos aptos para toda discussão, confere-nos o poder, visto que o homem precisa dele para se sentir forte.
Não menos verdade é a satisfação de superarmos aquele de quem discordamos, não nos importando para isso quais recursos utilizemos, pois nos oferece a vitória e o poder, dominando o oponente pela nossa capacidade de persuasão. Entregamo-nos, então, uma medalha de autoconhecimento, o que nos alimenta substancialmente."
Exemplo de Conclusão:
"Dessa forma, é sempre muito importante termos uma opinião, pois através dela, não só suprimos uma grande necessidade que sentimos, como também vemos prostrado aquele que nos ousou desafiar."

O lenhador e a raposa


Existiu um Lenhador que acordava as 6 da manhã e trabalhava o dia todo cortando lenha, e só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias, o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do Lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portando não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança.

O Lenhador, sempre discordando dos vizinhos, dizia que isso era um disparate: a raposa era sua amiga e nunca faria isso.

Os vizinhos insistiam:

- Lenhador abre os olhos ! A Raposa vai comer o teu filho.

- Quando sentir fome, comerá o teu filho!

Um dia, o Lenhador, muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar a casa, viu a raposa sorrindo como sempre,mas com a boca totalmente ensanguentada ... O Lenhador pensou o pior e, sem pensar duas vezes, deu com o machado na cabeça da raposa, matando-a...

Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou o seu filho no berço dormindo tranquilamente - e, ao lado do berço, uma serpente morta ...

O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos!!!

Quando confiar em alguém, não importa o que os outros pensem a esse respeito: siga sempre o que diz o seu coração e a sua cabeça. Não se deixe influenciar ...

sexta-feira, 5 de março de 2010

O poeta chico ja cantava assim:

O poeta Chico já cantava assim:

“... a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar
mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá...”
Muitas vezes parece que a gente quer uma coisa
Mas a vida nos conduz para outra
Esta roda viva que é a vida
Leva a gente enquanto a gente tenta se levar...

As tradições religiosas do mundo ensinam
Razões de viver
Os cristãos dizem que Deus é amor
E que o propósito da vida consiste em aprender a amar
Os candomblecistas e umbandistas reconhecem na vida o Axé
O Axé é a força, portanto se a natureza for morta
Assim também os orixás, as forças da natureza, morrerão
Então, é preciso cuidar da vida, do axé!
No budismo a pessoa deve procurar se libertar de condicionamentos
Viver intensamente a aspiração pela liberdade!
Muitos índios procuram viver a vida conforme o desejo da Terra
Ouvir, sentir e ver os ensinamentos desta grande Mãe
Se traduz em amar e proteger a Terra.

As tradições ensinam cada uma a seu modo
O que a vida significa e o que ela quer de nós
Mas, numa coisa são todas iguais
Todas falam em cuidar, preservar e amar
O ditado popular já diz “Onde há vida, há esperança!”
E a palavra esperança significa ”vastidão florescida”
Esperança significa aquilo que cresce e ocupa espaços
Esperança é uma palavra que vem do latim e significa
Esperar pelas coisas boas, crescer em coisa boas
Ocupar espaço com coisas boas
Assim a esperança é o desejo da vida para cada um de nós
Viver para cuidar, amar e proteger a todas as formas de vida
Isto significa a vida cuidando da vida e esta é a nossa esperança!

Em notícia...

Algumas informações sobre os anos 20 que poderão ser tema das notícias:

 Os imigrantes;
 A revolta do Forte de Copacabana (1922);
 A rebelião tenentista de 1924;
 A coluna Prestes (1925);
 O crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque e suas conseqüências na economia brasileira;
 Agricultura e industrialização;
 O movimento operário;
 O voto feminino;
 A educação;
 O carnaval;
 A música popular;
 O cinema; (procurar retratar o filme Olga)
O teatro;

O Pré-Modernismo no Brasil

Colégio Estadual Sylvio de Mello
Profª. Mari Oliveira
Esquema de estudo

O Pré-Modernismo no Brasil

A Proclamação da República não representou mudança significativa no cenário social brasileiro. Grandes latifundiários controlavam vastas extensões de terra, tanto no litoral quanto no interior;
Nos centros urbanos, escravos libertos vagavam sem emprego, pois a elite, apostando em um “embranquecimento” da mão-de-obra, preferiu “importar” imigrantes europeus. (italianos e alemães)
O Nordeste enfrentava uma série de terríveis secas e péssimas condições de vida da população.Por isso, aderiram ao sonho messiânico e seguiram o líder Antônio Conselheiro na esperança de conquistar condições de vida mais humanas.
No Sul do país, acontecia a Revolta do Contestado.
Aqueles que não sentiam o chamado da Religião atendiam ao apelo do cangaço. No sertão nordestino ocorreram batalhas entre a polícia e grupos de cangaceiros, que exigiam dos principais coronéis o pagamento de “taxas” de proteção para suas fazendas. O mais famoso dos líderes do cangaço foi Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”. Há conhecimento de outros bandos de menor porte e fama.
A Amazônia vivia a fase áurea da extração da borracha.
São Paulo passava por um momento de expansão econômica graças à cultura do café que representava o sonho para muitos brasileiros de um trabalho estável e melhor remunerado.


Com o início do século XX, surgem autores dispostos a olhar de frente para o Brasil e a fazer de suas obras um espaço de exploração das muitas facetas sociais até então ignoradas pela Literatura. Os escritores e poetas resolveram abandonar as redomas da idealização e enfrentar o desafio de construir uma Literatura que estivesse em sintonia com o momento em que era produzida.
Ganham as páginas dos romances personagens marginalizadas, como o pequeno funcionário público, o caboclo, os imigrantes.
Os principais autores desse período foram: Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Graça Aranha e Augusto dos Anjos.
Além da dificuldade de reunir os autores do período sob uma mesma perspectiva estética, também se pode identificar em suas obras traços de algumas escolas do final do século XIX. Esses dois aspectos fazem com que a crítica especializada opte por considerar esse momento não como uma escola literária, mas como um período de transição em que novas tendências foram delineadas. Por essa razão, o período que se inicia com a publicação, em 1902, de “Os sertões” (de Euclides da Cunha) e conclui-se, em 1922, com a realização da Semana de Arte Moderna, passou a ser chamado de Pré-Modernismo.

Principais Características

• Maior aproximação entre literatura e realidade;
• Linguagem mais clara, direta;
• Utilização de um português mais “brasileiro”;
• Crítica à realidade social e econômica;
• Uma literatura que retrate verdadeiramente o Brasil.

Poema-prece de ação de Graças

Poema-prece de ação de graças


É maravilhoso, Senhor

Ter braços perfeitos

Quando há tantos mutilados!

Meus olhos perfeitos,

Quando há tantos sem luz!

Minha voz que canta,

Quando tantas emudecem!

Minhas mãos que trabalham,

Quando tantas mendigam!

É maravilhoso voltar para casa,

Quando tantos não têm para onde ir!

É maravilhoso:

Amar, viver, sorrir, sonhar!
quando há tantos que choram,

Odeiam, revoltam-se em pesadelos,

Morrem antes de nascer.

É maravilhoso ter Deus para crer,

Quando há tantos que não tem

O Consolo de uma crença.

É maravilhoso, Senhor, sobretudo,

Ter pouco a pedir

Tanto a oferecer e agradecer!

(Michel Quoist)

Um dia você aprende...

Um dia você aprende
Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
William Shakespeare

O verbo for

O Verbo For

João Ubaldo Ribeiro
Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser reacionário. Somos uma força histórica de grande valor. Se não agíssemos com o vigor necessário — evidentemente o condizente com a nossa condição provecta —, tudo sairia fora de controle, mais do que já está. O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).
O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho.
Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira. Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.
— Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra — dizia ele ao entanguido vestibulando.
— "Catilina, quanta paciência tens?" — retrucava o infeliz.
Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a platéia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à porta da sala.
— Ai, minha barriga! — exclamava ele. — Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!
Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.
O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo "dar um show". Eu dei show de português e inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:
— Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!
— As margens plácidas — respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.
— Por que não é indeterminado, "ouviram, etc."?
— Porque o "as" de "as margens plácidas" não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. "Nem teme quem te adora a própria morte": sujeito: "quem te adora." Se pusermos na ordem direta...
— Chega! — berrou ele. — Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!
Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim. Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra "for" tanto podia ser do verbo "ser" quanto do verbo "ir". Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.
— Esse "for" aí, que verbo é esse?
Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.
— Verbo for.
— Verbo o quê?
— Verbo for.
— Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.
— Eu fonho, tu fões, ele fõe - recitou ele, impávido. — Nós fomos, vós fondes, eles fõem.
Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.
Esta crônica foi publicada no jornal "O Globo" (e em outros jornais) na edição de domingo, 13 de setembro de 1998 e integra o livro "O Conselheiro Come", Ed Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2000, pág. 20.

Dicas para se fazer uma boa dissertação

DICAS PARA SE FAZER UMA BOA DISSERTAÇÃO.
________________________________________
CONCEITO
Nesse sentido, podemos ter dois tipos de dissertação: : Dissertar é expor idéias, é apresentar juízos, é argumentar, assumindo ou não uma posição em relação a um assunto.
1. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA - É aquela que apresenta uma abordagem crítica sobre determinado assunto. É a defesa do ponto de vista de quem escreve.
2. DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA - É aquela que aborda uma verdade indiscutível. É a exposição de idéias sem tomar uma posição sobre elas. Tem apenas a intenção de informar.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO.
INTRODUÇÃO: É a apresentação do assunto a ser desenvolvido; É a tese, a idéia inicial, sem muitas explicações.
DESENVOLVIMENTO: É a elaboração discursiva da INTRODUÇÃO. É a justificativa da idéia inicial, com a apresentação de mais detalhes, exemplos, citações, etc.
CONCLUSÃO: É a síntese do DESENVOLVIMENTO. Retomada da idéia inicial, com a apresentação de um resumo do que foi exposto ou argumentado no DESENVOLVIMENTO.
CUIDADOS PRELIMINARES.
1. Ler atentamente o tema, procurando entender perfeitamente o que é pedido, e se o valor das palavras que compõem o tema é conotativo ou denotativo;
2. Conhecer o tema a ser desenvolvido. Nesse sentido, a leitura permanente de bons livros, jornais e revistas é fundamental;
3. Delimitar o assunto. Partindo de um tema aberto, amplo, procurar restringi-lo a um de seus aspectos, tornando-o assim um tema fechado, restrito.
Exemplo:
ASSUNTO = "Carnaval" = tema aberto, amplo, abrangente; "A Nudez no Carnaval" = tema fechado, específico, delimitado.
4. Refletir sobre o tema. Procurando analisar o ponto de vista assumido, sua forma e suas variantes;
5. Planejar a elaboração de cada etapa da estrutura dissertativa (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO);
6. Fazer um esboço, um rascunho inicial, no qual geralmente são feitas diversas alterações antes de se redigir o texto final;
7. Procurar redigir sempre na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda, na 1ª do plural para tornar o texto mais impessoal, evitando, dessa forma, expressões do tipo "na minha opinião...", "eu penso que...", "eu acho que...", etc.;
8. Procurar desenvolver uma habilidade e um estilo de expressão próprios;
9. Manter sempre objetividade e clareza na abordagem do tema;
10. Escolher, logo de início, um título bem adequado que servirá de guia, de orientação para o perfeito desenvolvimento do assunto a ser abordado. O título, na realidade, deve ser a síntese do assunto proposto pelo tema.

NOÇÕES DE DISSERTAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA.
DISSERTAÇÃO OBJETIVA - É a apresentação do assunto de maneira impessoal, caracterizada pela linguagem denotativa. Texto onde prepondera a razão.
DISSERTAÇÃO SUBJETIVA - É a apresentação do assunto de maneira introspectiva, provocando a emoção do leitor e caracterizada pela linguagem conotativa.

CORREÇÃO DO TEXTO.
Principais cuidados que devem ser tomados ao término da dissertação:
1. ADEQUAÇÃO: Verificar se o texto está adequado ao tema e à modalidade propostos;
2. COERÊNCIA: Observar se houve um começo, meio e fim coerentes e sequenciais, de acordo com a tese defendida;
3. CCLAREZA: Entendimento perfeito das idéias expostas, sem a presença de ambiguidades. Para isso, tomar cuidado com a parte gramatical;
4. COESÃO: Organização lógica das frases, dos parágrafos e do texto como um todo.
________________________________________
MODELO SIMPLIFICADO DE UMA REDAÇÃO DISSERTATIVA.

ASSUNTO: Opinião. TEMA (DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO): Direito de expor sua opinião. Existe ou não este direito?
TÍTULO: UMA NECESSIDADE HUMANA.
INTRODUÇÃO: Apresentação da tese com seus argumentos.
ARGUMENTOS PARA SER DESENVOLVIDOS: - Necessidade de expor suas idéias, ou seja, é inerente ao ser humano a condição de dizer o que pensa;
- Superação do interlocutor, ou seja, numa discussão, é a tentativa de convencer a pessoa com quem se dialoga de que você está certo;
Exemplo de Introdução:
"Como todo ser humano, emitimos nossas opiniões, sendo ou não solicitados, uma vez que a necessidade de expor nossas idéias é uma constante, além de nos sentirmos com a sensação de que sobrepujamos eventuais interlocutores."
Exemplo de Desenvolvimento:
"Percebermo-nos capazes de abordar qualquer assunto, independente da convicção que tenhamos sobre ele, alimenta-nos o ego, resgatando a própria imperfeição humana. Reconhecermo-nos aptos para toda discussão, confere-nos o poder, visto que o homem precisa dele para se sentir forte.
Não menos verdade é a satisfação de superarmos aquele de quem discordamos, não nos importando para isso quais recursos utilizemos, pois nos oferece a vitória e o poder, dominando o oponente pela nossa capacidade de persuasão. Entregamo-nos, então, uma medalha de autoconhecimento, o que nos alimenta substancialmente."
Exemplo de Conclusão:
"Dessa forma, é sempre muito importante termos uma opinião, pois através dela, não só suprimos uma grande necessidade que sentimos, como também vemos prostrado aquele que nos ousou desafiar."